
Um dia me contaram um grande conto de fadas, onde uma simples mulher vira uma grande princesa, com vestidos longos e brilhantes, uma coroa com diamantes e um grande amante, seu príncipe. Hoje me contam histórias, não como a do conto de fadas, mas contos onde mulheres , que deveriam ser as rainhas, saem as 6 da manhã para alimentar aqueles que elas nomeiam como príncipes e princesas, seus filhos. Uma história sem dragões, mas com muitas barreiras, que não soltam fogo, assim como os dragões, mas sim impedem essas grandes mulheres realizarem seus sonhos, seus ideais. Nessa nova versão de história, os príncipes, seus amantes, não existem, simplesmente se mostram como aliados, pessoas, nem todas, mas grande parte de bom coração, que sustentam essas senhoras a pularem esses muros, as vezes grandes muralhas, para assim terem um motivo a mais pra continuar. Nessa nova versão de história não existem madrastas malvadas, mas sim o senhor cotidiano e o senhor tempo, que com muita diversão atrapalham e quando estão de boa vontade, ajudam na trajetória. O senhor tempo a mostra através do espelho, este sem um conselheiro, o quanto já caminharam e o quanto já conseguiram. O senhor cotidiano, as mostra não com uma varinha mágica, mas sim através de longas horas no chuveiro, o que devem fazer, para que o próximo passo seja mais astuto , ou mesmo mais certeiro, para que assim, nossas senhoras, consigam , insistam e continuem a caminhar. Caminham sim, pois nesse novo conto não existem cavalos robustos e fortes, mas sim existem dentro delas, força, determinação e esperança. Não, elas não tem tempo para sonos de beleza ou passeios no bosque, teêm apenas um tempo para descanço, para recompor o suor e acreditar que o dia seguinte será melhor, mais admissível, antes que sejam tomadas pelo cansaço e durmam. Por elas viveriam dormindo, sem precisar acreditar que , ou melhor, sem ter que acreditar que estão acordadas, que suas vidas estão tomadas pela rotina, pela maratona. Uma maratona sem anões ou maças envenenadas, uma maratona da qual já são vencedoras, por não quererem nada além de um conforto com seus príncipes, não em um reino encantado com fadas e duendes, mas em um cômodo onde quer que seja, desde que seja repleto de amor. Este conto não se trata de anos atrás apenas, mas do hoje, do dia-a-dia. Este conto, trata-se da vida, da vida de algumas paulistanas, pernambucanas, gaúchas ou seja lá o que for, trata-se de um exemplo, trata-se de rainhas sem coroas, mas com muito amor e coragem.Este conto nada mais é, do que você vê lá fora, ou vê em seu castelo, e muitas vezes ignora simplesmente por não acreditar em histórias, por não enchergar o mundo que vive ou por estar preso ao seu próprio mundo, um mundo de conto de fadas, quando na verdade o verdadeiro mundo que deve se focar é o que está além do seu mundinho, o mundo real, a vida.
Eduh.
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